Mais mobilidade<br>com menos custos
Jerónimo de Sousa esteve anteontem, 27, na estação ferroviária de Alverca a apoiar os militantes do PCP que ali recolhiam assinaturas pelo alargamento do passe social intermodal.
Atrair mais utentes deve ser uma prioridade, assume o PCP
Muitos antes das oito da manhã, hora prevista para a chegada ao local do Secretário-geral do PCP, eram já muitos os militantes comunistas que distribuíam folhetos aos utentes do comboio da CP e recolhiam subscrições para o abaixo-assinado exigindo o alargamento do passe social intermodal a todas as carreiras de todos os operadores de toda a Área Metropolitana de Lisboa. Com esta iniciativa, que passou e continuará a passar por estações e terminais, o Partido pretende alargar o apoio popular ao projecto-lei que se encontra em debate na Assembleia da República, que PS, BE, PSD e CDS se escusaram a aprovar, fazendo-o baixar à comissão sem votação.
Em declarações aos jornalistas presentes no local, Jerónimo de Sousa apelou à aprovação desse projecto na votação marcada para o dia 28 de Outubro pelas vantagens que a sua implementação teria para os utentes e para o próprio sistema de transportes. Para o dirigente do Partido, o alargamento do passe traria uma baixa de preços, o que, juntamente com a melhoria da oferta e das condições dos transportes, inevitavelmente conduziria a um aumento da procura.
Lembrando o «grande consenso e apoio» que o projecto-lei do PCP recolheu em 17 câmaras municipais e 54 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa, Jerónimo de Sousa desafiou os eleitos autárquicos que manifestaram o seu apoio à proposta a marcarem presença na votação parlamentar do próximo dia 28. A justeza da proposta fica ainda evidente pelo elevado número de assinaturas recolhidas na acção de anteontem e noutras semelhantes. Entre as 7h30 e as 8h30, na estação de Alverca, cerca de duas centenas de pessoas juntaram o seu nome à exigência do PCP.
Alverca também ganha
Para além de recolherem assinaturas, os militantes comunistas distribuíram um folheto onde se explica o que sucederia aos utentes dos transportes públicos de Alverca caso a proposta do Partido fosse aprovada e implementada. O exemplo dado é o de um trabalhador que necessite de se deslocar diariamente a Lisboa e, uma vez lá, utilizar os transportes disponíveis na capital, ou seja, o caso típico de milhares de habitantes daquela freguesia do concelho de Vila Franca de Xira.
No que respeita a títulos de transporte, este utente tem várias opções, todas elas dispendiosas e oferecendo uma cobertura incompleta: o «Combinado Boa Viagem» custa 92,40 euros e não dá acesso à CP; o passe CP/Metro/Carris custa 67,50 euros, mas requer mais 27,50 euros para se poder aceder aos autocarros em Alverca. O combinado da Rodoviária de Lisboa com a CP, até ao Rossio, fica em 71,65, mas fica a faltar o passe de Lisboa, que custa mais 35,65 euros. Com a proposta do PCP, Alverca passaria a estar englobada na Coroa 2 do passe social, que custaria 59,45 e daria acesso à CP, Metro, Carris, Rodoviária de Lisboa e Boa Viagem.
Para além dos custos mais baixos, os utentes também beneficiariam em termos da própria mobilidade, garante o PCP, realçando que deixaria de haver operadores e carreiras fora do passe. Com esta proposta, alarga-se ainda a possibilidade de utilização do transporte público para além dos movimentos pendulares diário casa-escola ou casa-trabalho, ou seja, às vertentes lúdica e social. A Coroa 2, por exemplo, dá para ligar Alverca ao Algueirão, à Costa da Caparica e ao Seixal.